Olá, logístico.
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História
Os Incoterms (International Commercial Terms) são termos padronizados criados para facilitar o comércio internacional, definindo claramente as responsabilidades de compradores e vendedores em transações comerciais. Eles foram desenvolvidos pela Câmara Internacional do Comércio (ICC) em 1936.
Os primeiros Incoterms foram introduzidos para padronizar e simplificar as transações comerciais internacionais, que até então eram regidas por uma variedade de práticas e termos locais. O primeiro termo criado foi o FOB (Free on Board), que já era utilizado há mais de dois séculos antes da formalização dos Incoterms.
Desde a sua criação, os Incoterms passaram por várias revisões para se adaptar às mudanças no comércio internacional. As revisões mais significativas ocorreram em 1953, 1967, 1976, 1980, 1990, 2000, 2010 e, mais recentemente, em 2020. Cada revisão busca atualizar os termos para refletir as novas práticas comerciais, tecnologias de transporte e regulamentações aduaneiras.
Os Incoterms são essenciais para o comércio internacional porque:
Clarificam Responsabilidades: Eles especificam quem é responsável por cada etapa do processo de transporte, desde a embalagem e carregamento até o desembarque e entrega final.
Reduzem Riscos: Ao definir claramente as responsabilidades, os Incoterms ajudam a minimizar disputas e mal-entendidos entre compradores e vendedores.
Facilitam a Logística: Eles fornecem um conjunto comum de regras que podem ser aplicadas globalmente, facilitando a coordenação logística entre diferentes países e culturas.
A versão mais recente dos Incoterms, publicada em 2020, introduziu algumas mudanças importantes para refletir as práticas comerciais modernas. Por exemplo, houve uma maior ênfase na segurança do transporte e na responsabilidade ambiental [1] [2].
Os Incoterms continuam a evoluir para atender às necessidades do comércio global, e sua importância no mundo da logística e do comércio internacional não pode ser subestimada.
Classificação dos incoterms
Os Incoterms são classificados de acordo com o tipo de transporte, bem como as responsabilidades de riscos e custos entre comprador e vendedor. Aqui está uma visão geral:
Estes Incoterms são específicos para transporte marítimo e vias navegáveis interiores:
FAS (Free Alongside Ship): O vendedor entrega a mercadoria ao lado do navio no porto de embarque. O comprador assume todos os custos e riscos a partir desse ponto.
FOB (Free on Board): O vendedor entrega a mercadoria a bordo do navio. O comprador assume os custos e riscos a partir do momento em que a mercadoria está a bordo.
CFR (Cost and Freight): O vendedor paga os custos e frete para levar a mercadoria ao porto de destino. O risco é transferido para o comprador quando a mercadoria está a bordo do navio.
CIF (Cost, Insurance and Freight): Similar ao CFR, mas o vendedor também deve fornecer seguro marítimo.
Estes Incoterms podem ser usados para qualquer modo de transporte, incluindo multimodal:
EXW (Ex Works): O vendedor disponibiliza a mercadoria em suas instalações. O comprador assume todos os custos e riscos a partir desse ponto.
FCA (Free Carrier): O vendedor entrega a mercadoria ao transportador nomeado pelo comprador. O risco é transferido quando a mercadoria é entregue ao transportador.
CPT (Carriage Paid To): O vendedor paga o frete até o destino acordado. O risco é transferido para o comprador quando a mercadoria é entregue ao transportador.
CIP (Carriage and Insurance Paid To): Similar ao CPT, mas o vendedor também deve fornecer seguro.
DAP (Delivered at Place): O vendedor entrega a mercadoria no local acordado no país do comprador. O vendedor assume todos os custos e riscos até a entrega.
DPU (Delivered at Place Unloaded): O vendedor entrega a mercadoria no local acordado e assume os custos e riscos até a descarga.
DDP (Delivered Duty Paid): O vendedor assume todos os custos e riscos, incluindo direitos aduaneiros, até a entrega no local acordado.
Classificação por Riscos e Custos
Riscos: Os Incoterms definem o ponto em que o risco é transferido do vendedor para o comprador. Por exemplo, no EXW, o risco é transferido no ponto de origem, enquanto no DDP, o risco é transferido no ponto de destino.
Custos: Os Incoterms também especificam quem paga por quais custos. Por exemplo, no FOB, o vendedor paga os custos até que a mercadoria esteja a bordo do navio, enquanto no CIF, o vendedor paga os custos até o porto de destino, incluindo seguro.
Benefícios dos incoterms
Clareza nas Responsabilidades: Os Incoterms definem claramente as responsabilidades de compradores e vendedores em cada etapa do processo de transporte. Isso inclui quem é responsável pela embalagem, carregamento, transporte, desembarque e seguro da mercadoria. Essa clareza ajuda a evitar mal-entendidos e disputas, garantindo que ambas as partes saibam exatamente o que se espera delas.
Redução de Riscos: Ao especificar o ponto exato em que o risco é transferido do vendedor para o comprador, os Incoterms ajudam a minimizar os riscos associados ao transporte de mercadorias. Isso é crucial para proteger os interesses de ambas as partes e garantir que a mercadoria chegue ao destino final em boas condições.
Facilitação da Logística: Os Incoterms fornecem um conjunto padronizado de regras que podem ser aplicadas globalmente, independentemente das diferenças culturais e legais entre os países. Isso facilita a coordenação logística e torna o processo de transporte mais eficiente e previsível.
Economia de Tempo e Custos: Com responsabilidades e custos claramente definidos, as empresas podem planejar e orçar suas operações de forma mais eficaz. Isso ajuda a evitar custos inesperados e atrasos, resultando em uma cadeia de suprimentos mais eficiente e econômica.
Melhoria na Relação Comercial: A utilização de Incoterms pode melhorar a relação entre compradores e vendedores, pois ambos têm uma compreensão clara de suas obrigações e responsabilidades. Isso promove uma cooperação mais harmoniosa e pode levar a parcerias comerciais de longo prazo.
Adaptação às Mudanças no Comércio Internacional: Os Incoterms são periodicamente revisados para refletir as mudanças nas práticas comerciais, tecnologias de transporte e regulamentações aduaneiras. Isso garante que eles permaneçam relevantes e úteis no contexto do comércio global em constante evolução.
Segurança Jurídica: Os Incoterms são amplamente reconhecidos e aceitos internacionalmente, proporcionando uma base jurídica sólida para a resolução de disputas. Isso oferece uma camada adicional de segurança para as transações comerciais, protegendo os interesses de ambas as partes.
Flexibilidade: Os Incoterms podem ser adaptados para atender às necessidades específicas de diferentes tipos de transações e modos de transporte. Isso permite que as empresas escolham os termos que melhor se adequam às suas operações e requisitos logísticos.
Desafios na aplicação dos incoterms
A aplicação dos Incoterms no comércio internacional traz muitos benefícios, mas também apresenta desafios que podem complicar as transações. Aqui estão alguns dos principais desafios:
Interpretação Incorreta: Um dos maiores desafios é a interpretação incorreta dos Incoterms. Mesmo com definições claras, diferentes partes podem entender os termos de maneiras distintas, levando a mal-entendidos e disputas. Isso é especialmente comum quando as partes envolvidas têm diferentes níveis de experiência e conhecimento sobre os Incoterms.
Diferenças Culturais e Legais: As diferenças culturais e legais entre os países podem complicar a aplicação dos Incoterms. Por exemplo, práticas comerciais e regulamentos aduaneiros variam amplamente, o que pode levar a confusões sobre quem é responsável por certas etapas do processo de transporte.
Atualizações e Revisões: Os Incoterms são periodicamente revisados para refletir as mudanças nas práticas comerciais e nas regulamentações. Manter-se atualizado com essas mudanças pode ser um desafio, especialmente para pequenas empresas que podem não ter recursos dedicados para acompanhar as revisões.
Escolha do Incoterm Adequado: Escolher o Incoterm correto para uma transação específica pode ser complicado. A escolha errada pode resultar em custos adicionais, atrasos e riscos não previstos. É crucial entender as necessidades específicas da transação e as responsabilidades que cada Incoterm implica.
Custos e Seguros: Determinar quem é responsável pelos custos e seguros em cada etapa do transporte pode ser complexo. Alguns Incoterms, como CIF (Cost, Insurance and Freight) e CIP (Carriage and Insurance Paid To), exigem que o vendedor forneça seguro, mas a cobertura pode variar, levando a possíveis lacunas na proteção.
Coordenação Logística: A coordenação logística entre diferentes partes e países pode ser desafiadora. Garantir que todos os envolvidos compreendam e cumpram suas responsabilidades de acordo com o Incoterm escolhido é essencial para evitar atrasos e problemas na entrega.
Riscos de Transporte: Os riscos associados ao transporte de mercadorias, como danos, perdas ou atrasos, podem ser difíceis de gerenciar. Os Incoterms ajudam a definir quem é responsável em cada etapa, mas a execução prática pode ser complicada, especialmente em rotas de transporte complexas.
Fontes:
https://maxtonlogistica.com.br/incoterms-origens-e-sua-historia/
https://blog.egestor.com.br/o-que-e-incoterms/
https://www.fazcomex.com.br/exportacao/incoterms-na-exportacao/
https://www.admfacil.com/o-que-sao-e-historico-dos-incoterms/
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